Ao realizar diversas atividades dentro do
Projeto ”Os sonhos que realizei com a ajuda do CDBM” trabalhei Clarice Lispector com as turmas de 8º e 9º anos. Inicialmente passei para os alunos uma entrevista com a Autora, na qual, ela já dava indícios que em seus poemas gostava muito de falar em sonhos. Em seguida levei diversos poemas e trechos de textos onde Clarice falava sobre sonhos. Fizemos uma análise de cada um deles. Porém do poema “Sonhos” só foi apresentada as primeiras palavras de cada verso e a proposta seria que, inicialmente, em grupo, os alunos completassem este poema. Finalizada a elaboração dos poemas partimos para o laboratório de informática onde os alunos transformariam o poema criado em slides; com figuras para cada verso e uma música. Finalizado o trabalho fizemos um Sarau Eletrônico ou Happening (espetáculo coletivo, que incorpora elementos cênicos, musicais, cinematográficos e literário). Neste foram expostos em um telão todos os slides feitos e, nos intervalos de cada poema, tínhamos um aluno de cada turma cantando músicas variadas e também alguns slides de músicas como “ Sonho Impossível `” de Maria Bethânia. Além disso, neste momento houve a gravação de uma das cenas do Curta que contou com a participação de todos. Para finalizar, assistimos ao Slide do Poema Original ‘Sonho”(de Clarice Lispector)
Sonho______ Poema de Clarice Lispector
O sonho
Sonhe com aquilo que você quer ser,
porque você possui apenas uma vida
e nela só se tem uma chance
de fazer aquilo que quer.
Tenha felicidade bastante para fazê-la doce.
Dificuldades para fazê-la forte.
Tristeza para fazê-la humana.
E esperança suficiente para fazê-la feliz.
As pessoas mais felizes não tem as melhores coisas.
Elas sabem fazer o melhor das oportunidades
que aparecem em seus caminhos.
A felicidade aparece para aqueles que choram.
Para aqueles que se machucam
Para aqueles que buscam e tentam sempre.
E para aqueles que reconhecem
a importância das pessoas que passaram por suas vidas.
Escrevo como se estivesse dormindo e sonhando: as frases desconexas como no sonho. É difícil ,estando acordado, sonhar livremente nos meus remotos mistérios.
Tenho cabeça, coração e me respeito. Acredito em sonhos, não em utopia. Mas quando sonho, sonho alto. Estou aqui é pra viver, cair, aprender, levantar e seguir em frente. Sou isso hoje, amanhã já me reinventei. Sou complexa, sou mistura. Me perco, me procuro e me acho. E quando necessário, enlouqueço e deixo rolar. Não me doo pela metade, não sou tua meio amiga nem teu quase amor. Ou sou tudo ou sou nada. Não suporto meio termos. -
Então sonhei um sonho tão bom: sonhei assim: na vida nós somos artistas de uma peça de teatro absurdo escrita por um Deus absurdo. Nós somos todos os participantes desse teatro: na verdade nunca morreremos quando acontece a morte. Só morremos como artistas. Isso seria a eternidade?
Eu sonho acordada, mesmo, como uma mocinha de quinze anos. É o que se chama de sonho estéril. Imagino situações, imagino conversas e cenas - pareço nunca ter tido nenhuma experiência.
"É a vida? Mesmo assim ela me escaparia. Outro modo de captá-la seria viver. Mas o sonho é mais completo que a realidade, esta me afoga na inconsciência. O que importa afinal: viver ou saber que se está vivendo?"
- A noite de hoje está me parecendo um sonho.
- Mas não é. É que a realidade é inacreditável.
Está faltando o sonho no que eu escrevo. Como viver é secreto! Meu segredo é a vida. Eu não conto a ninguém que estou viva.
"Tenho cabeça, coração e me respeito. Acredito em sonhos, não em utopia. Mas quando sonho, sonho alto. Estou aqui é pra viver, cair, aprender, levantar e seguir em frente. Sou isso hoje, amanhã já me reinventei. Sou complexa, sou mistura. Me perco, me procuro e me acho. E quando necessário, enlouqueço e deixo rolar. Não me doo pela metade, não sou tua meio amiga nem teu quase amor. Ou sou tudo ou sou nada. Não suporto meio termos."e todos os alunos puderam comparar os seus pensamentos com
o de Clarice.
Trabalho realizado pela professora
Leiriane
M. Sanches professora de Língua Portuguesa dO Colégio Municipal Dermeval Barbosa Moreira.
